Tuesday, December 13, 2005

Um momento mágico

Ontem à tarde, ao ouvir na rádio os mestres António Chaínho e Fernando Alvim, atravessei o portal do Tempo e sentei-me, de novo, no TAGV, para os ouvir num concerto dado no último dia do mês de Novembro. Fechei os olhos e, à distância de duas semanas, ainda me sentia lá, nos primeiros bancos da frente. Hoje, o sentimento continua a ser, simplesmente, o mesmo.
Mágico…absolutamente mágico. É apenas assim que consigo descrever aquele momento.
Ignorando o turbilhão de emoções que me iriam assaltar durante o concerto, fui levada até àquela sala por uma terna voz amiga. Quando entrei, a minha alma entrou e sentou-se comigo, mas, quando saí, ela já não era minha. Aos primeiros acordes todos os meus sentidos despertaram e toda a minha alma se sentiu invadida por aquela inquietante beleza. Durante as cerca de duas horas de concerto, senti-me pertencer a outro mundo. A um mundo intenso, profundo e extremamente puro. A um mundo que só eles conseguiram criar e que, naquela magnifica noite, quiseram partilhar comigo e com as restantes pessoas que os foram ver, ouvir e, sobretudo, sentir. Sim, sentir. Pois, se nos despirmos de todas as máscaras do dia-a-dia e de todo o nosso lado mais racional, poderemos, de facto, conhecer o verdadeiro alcance dos sentimentos que se extrapolavam pelos acordes das guitarras. Não é preciso pensar em nada. Basta ir e deixar que toda aquela beleza nos toque. A música é um pouco como a poesia. É preciso abrir o coração e deixar entrar os sentimentos. É preciso saber escutar e reaprender a viver em cada acorde dado. É preciso amar… amarmo-nos a nós próprios, amar o mundo, amar a Vida.
Assim, entre a magia daquele momento, as lágrimas vindas do fundo da alma e um abraço amigo, acabou o concerto. Contudo, os dias foram passando e a música não se calou. Pelo contrário, ela continua e continuará a ecoar dentro de mim.

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