Não são precisas palavras, não são precisos quaisquer sons, para reconhecer a tristeza na alma de quem, pesadamente, a arrasta consigo, hora após hora, dia após dia. O olhar confessa tudo… o olhar vale pelos milhares de palavras que o mundo contém e, por isso, o silêncio, o teu profundo silêncio, basta para que possamos dialogar os três num mundo que não é este: eu, tu e as nossas almas.
Olho no fundo de ti e vejo-nos aos dois, duas figuras pouco nítidas, como se fossemos um esboço apenas, nada mais que um leve contorno passado com o lápis. Dás-me a mão e levas-me à beira-mar, em silêncio, sempre
Olho no fundo do horizonte e vejo o fundo de ti, o fundo dos teus olhos a lançar a tristeza ao mar e o rasto das palavras que trocámos em silêncio.
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